PAINEL – 04
Descolonizando o Brasil: história, narrativa anticolonial e a (re)existência de um país
Com a potência das que foram silenciadas num país construído em cima da escravidão e do apagamento histórico dos povos indígenas e africanos, vamos falar sobre narrativas anticoloniais e provocar a reflexão: “Brasil, é possível descolonizar a independência? Findar o marco zero e o mito da democracia racial? Decolonizar os povos originários?”
Geni Núñez
Geni Núñez é ativista indígena guarani, psicóloga e escritora. Possui mestrado em Psicologia Social (UFSC) e doutorado no Programa de Pós Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (UFSC). É membro da Articulação Brasileira de Indígenas Psicólogos/as (ABIPSI), membro da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e co-assistente da Comissão Guarani Yvyrupa (CGY).
Karen Valentim Pataxó
Indígena pataxó mãe, artista plástica, curadora e fazedora cultural. Por meio das artes urbanas comunica a sua (re)xistência. A partir desse processo se conecta também com diversos povos e comunidades de estados do Brasil, como Espírito Santo, Bahia, Recife (PE), Belém (PA), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e outros países. Faz parte da Rede Katahirine – Mulheres indígenas no audiovisual, da Rede Cultura Viva Comunitária (CVC) e do coletivo de indígenas em movimento (ES). Foi gerente da pasta de “Territórios e Diversidade”, da Secretaria de Estado da Cultura (ES).
Juliana Teixeira
Doutora em Administração da UFMG, Professora do Curso de Administração da UFES, líder do tema “Estudos Organizacionais Interseccionais: articulando raça-etnia, gênero e sexualidade” na Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração (ANPAD). Faz parte da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as – ABPN. É autora do livro “Trabalho Doméstico, pela Coleção Feminismos Plurais”, finalista do Prêmio de Melhor Livro da área de Administração no EGOS Colloquium, em Viena, Áustria (2022). É vencedora do Prêmio Jovem Pesquisador da ANPAD, e do Oitavo Prêmio Nacional Construindo a Igualdade de Gênero.
Renata Costa
Com a potência das que foram silenciadas num país construído em cima da escravidão e do apagamento histórico dos povos indígenas e africanos, vamos falar sobre narrativas anticoloniais e provocar a reflexão: “Brasil, é possível descolonizar a independência? Findar o marco zero e o mito da democracia racial? Decolonizar os povos originários?”
SESSÃO 1
Mostra Competitiva Capixaba
Antônia
Documentário | Colorido | 25 min | Cariacica | 2022 de Maria Zalem Ramiro
Classificação indicativa: Livre
Sinopse: ANTÔNIA é um documentário que tem como premissa essencial levar os espectadores a conhecer Maria Antônia Moura Silva, uma mulher negra e inspiradora da comunidade de Cariacica-ES, idealizadora da Casa Sol, referência capixaba em economia solidária.
Bestiário Invisível
Híbrido | Colorido | 13 min | Vitória | 2020 de Tatiane Rabelo e Rodrigo Linhales
Classificação indicativa: 12 anos
Sinopse: Bestiário Invisível é uma uma pequena coleção de corpos absurdos, monstros criados por um imaginário social heteronormativo compulsório e tóxico. Através de um deboche morfológico, lembramos que a vida pode ser cruel para uma pessoa LGBTQIAP+ que vive no Brasil. Esse é um filme que nos lembra que o simples fato de existir já é um grande ato de resistência.
As Minas
Ficção | Colorido | 18 min 16 seg | Vitória | 2020 de Brunella Alves
Classificação indicativa: Livre
Sinopse: O hip hop é um movimento de contestação social e expressão artística, mas desde o seu início no final dos anos 60, em Nova York, é visto como um meio machista. A participação feminina fica diante de uma invisibilidade e, por isso, desde então a mulher resiste nesse cenário. Hoje, ela já está tomando o espaço que sempre foi dela também e está representando o movimento com todo o seu empoderamento. Entre tantas mulheres que fazem parte dessa cultura, na Grande Vitória alguns grupos ganham a cena. Conheça o Preta Roots, Melanina MCs, Coletivo DasMina e Conexão Flow.
Recolhimento: Primeiro Estágio
Videoarte | Colorido | 53 seg | Vitória | 2021 de Thais Rodrigues
Classificação indicativa: Livre
Sinopse: Qual o curso da memória quando ela nos abriga a responsabilidade por estarmos vivos? Crescimento e maturação? Talvez.
Tia Ciene
Documentário| Colorido | 8 min 36 seg | Vitória | 2023 de Lais Reverte
Classificação indicativa: Livre
Sinopse: Com a mudança da família do interior do Rio de Janeiro para o norte e, posteriormente, centro do Espírito Santo, Tia Ciene conta a sua trajetória de vida que, junto a sua família, se estabeleceu na comunidade do Romão, em Vitória/ES e teve seu desenvolvimento atravessado pelo samba. Seu quintal se tornou ponto de encontro dos sambistas da comunidade e, falar de afeto, passa diretamente pela batucada.
Trinca-ferro
Ficção| Colorido | 17 min 40 seg | Vitória | 2023 de Fabiola Buzim
Classificação indicativa: 12 anos
Sinopse: Benjamin e Pia vivem isolados desde que a mãe da menina partiu. Enquanto ela passa pelas questões da transição para a pré-adolescência, ele tem na criação de pássaros a sua válvula de escape emocional. Tudo muda quando Pia pede um gato de presente de aniversário.
Bate-papo
Com realizadoras Mostra Capixaba
MASTERCLASS
Construção de Narrativas Afirmativas no audiovisual
Tendo a tela como território, lugar de afirmação de pluralidade e de representação dos imaginários possíveis, a masterclass ministrada por Lorenna Montenegro é um espaço para discutir sobre a construção das narrativas audiovisuais a partir de experiências do cinema e do streaming que envolvam personagens afirmativas em obras roteirizadas por profissionais pretes, indígenas e queers.
Lorenna Montenegro
Lorenna Montenegro nasceu no Pará e é crítica de cinema, curadora, roteirista, jornalista cultural e professora de roteiro na Academia Internacional de Cinema – AIC. Integra o Coletivo Elviras, a ABRA (Associação Brasileira dos Roteiristas Autores) e a Abraccine. Cursou Produção Audiovisual na P UCRS e tem especialização em Cinema e Linguagem Audiovisual na Estácio de Sá. Ministra cursos sobre história e crítica do cinema, roteiro e narrativa audiovisual, construção de espanáveis afirmativas, jornada da heroína e filmologia feminista – como As Pioneiras do Cinema, juntamente com a crítica de cinema, jornalista cultural documentarista Flavia Guerra. Coordena o Festival As Amazonas do Cinema.
RODA DE BATE-PAPO
Cirandar: a força e a trajetória das matriarcas da cultura da terra
Com a presença da nossa homenageada e rainha da ciranda brasileira, Lia de Itamaracá, e as griôs capixabas de grande relevância para os territórios, histórias e a cultura negríndia do estado: Cacica Marcela Rocha (representante da cultura e etnia Tupinikim da Aldeia de Irajá em Aracruz), Jamilda Bento (representante da Associação de Paneleiras de Goiabeiras e do Grupo de Congo Panela de Barro), Gessi Cassiano (líder quilombola e criadora do Ponto de Memória Linharinho em Conceição da Barra)e mediação pela jornalista Elis Carvalho (influenciadora e apresentadora do Em Movimento da Rede Gazeta).
Homenagem Nacional Lia de Itamaracá
+ Premiação do Melhor Filme e Melhor Direção nas categorias Capixaba e Nacional
Uma homenagem à rainha da ciranda brasileira, Lia de Itamaracá, por toda a sua trajetória e resistência à frente da cultura brasileira + Premiação do Melhor Filme e Melhor Direção das mostras competitivas Nacional e Capixaba.
Lia de Itamaracá
Maior voz da ciranda brasileira, Patrimônio Vivo de Pernambuco, Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Lia de Itamaracá negritou a história da cultura popular brasileira, sendo hoje uma de suas maiores representantes. Nascida Maria Madalena Correia do Nascimento, em 12 de janeiro de 1944, filha de uma empregada doméstica e de um agricultor, Lia conta que desde muito nova sabia que queria ser uma cantora. Hoje, com seu canto potente e inconfundível, entoa cirandas clássicas que embalam as danças brasileiras desde os anos 70, quando estreou profissionalmente no palco, para nunca mais sair dele.
SHOWS MUSICAIS
AFRONTA
AFRONTA é o vulgo da travesti capixaba que nos últimos anos vem levando através de sua voz a potência do rap para diversos lugares do Brasil enquanto uma Mc. Em suas músicas e suas apresentações, a artista busca retratar o talento e a excelência de pessoas trans, pretas e periféricas. Sua arte é a própria definição do que seu nome significa.
CIRANDA DE LIA
Lia de Itamaracá, um dos grandes símbolos da identidade e cultura brasileira, considerada a “rainha da ciranda” começa sua trajetória revolucionando o próprio fazer da ciranda. Foi resistência num tempo em que as mulheres eram invisibilizadas e os homens, mestres cirandeiros, que ditavam a tradição. Ela tem 79 anos, nasceu na Ilha de Itamaracá e é cantora desde os 12. A artista, que também é dançarina e compositora e viveu a maior parte de sua vida do trabalho como merendeira em escola pública até ter seu sonho concretizado em se tornar uma artista reconhecida.
KATÚ MIRIM
Katú Mirim é uma mulher lésbica, Indígena, Rapper, compositora, atriz e criadora de conteúdo, reconhecida por suas letras, que através do rap/rock, reconta a história da colonização pela ótica indígena. Sua arte e conteúdos são sobre as temáticas que atravessam sua vida, identidade, gênero, lesbianidade e maternidade.
FESTA APARELHAGEM COM DJ JAMBOO
manifestação típica do Pará que traz uma mistura riquíssima de culturas musicais, como tecnobrega, funk e Pop Internacional com DJ Jamboo.
Diretamente do coração da capital Paraense, a Drag Jamboo, tem sets repletos de brasilidades, com atenção especial à toda tremedeira da música produzida no Norte e Nordeste do Brasil. “Ai Jamboo, minha boquinha tá tremendo!”, é o bordão da DJ Jamboo, e faz referência a cachaça de Jambu. Performando como DJ há seis anos, Jamboo iniciou sua trajetória em casas de shows LGBTQIA+ na Grande Vitória. Além do som incrível, ela é dona de um visual único e sua performance é um show à parte.